Milan Fashion Week - Costuras Perfeitas

Mais uma Fashion Week que possui suas singularides, enquanto Londres prima por revelar novos talentos e criatividade, e Nova Iorque, marcas que vendem como água, a semana de moda italiana é encontro certo de "veteranos" que dominam literalmente a construção das roupas. Eu e com certeza mais uma legião de pessoas, tem a modelagem italiana como livro de cabeceira para a confecção das criações, que mesmo inovadoras, tiveram como base os estudos que os italianos fundamentaram.

A Fendi de Karl Lagerfeld (também diretor artístico da maison Chanel) mostrou roupas confortáveis com vários casacos de pele. que não podiam faltar. Karl nunca decepciona os fashionistas de plantão, mesmo fazendo um desfile com "tendências" que considero mais como "coincidências" dos desfiles das semanas de moda anteriores. Mas é graças à elas que conseguimos reorganizar nosso closet a cada estação, apostando nas coisas que foram vistas várias vezes.

A Prada veio completamente oposta ao que nas últimas temporadas havia fazendo, mesmo com desculpa "da volta aos clássicos da década de 90" quando houve a explosão da grife, quase nada me convenceu. Miuccia Prada com certeza anda comendo pasta dental, lógico que sou contra a anorexia e outros transtornos decorrentes da busca pela magreza exagerada, mas espera lá chamar modelos mais cheinhas para a campanha? Isso é apologia pura, é querer mexer em uma das característica marcantes do nosso meio, para o governo dela, gente magra a não muitos anos atrás sofria preconceitos piores que os gordinhos sofrem hoje. Talvez se a moda fosse tão democrática não venderia tanto, as pessoas na realidade não compram roupas e sim padrões de beleza. Interferir nisso é quebrar todo um ciclo.

No lugar da mulher símbolo de glamour e poder, vieram uma série de supervisoras pedagógicas de Escola-primária. foi simplesmente um fiasco.

A Moschino Cheap & Chic representou um "teatrinho" nega-bacana. As modelos encarnaram hóspedes chegando em um Hotel (especificamente com o mesmo nome da marca) e toda mulher que se veste bem, capricha mais ainda quando se encontra de viagem. E foi assim, com releituras de clássicos famosos das principais grifs do mundo que a estilista Rosella Jardini encantou-nos com seu fabuloso trabalho.

Apesar de cansado de tantos vampiros... a Dsquared2 mesmo com um tema nada inusitado conseguiu compor looks muito bons, látex, couro, taxas e afins foram a base para um dever de casa bem-feito.

Colors! A Sportmax trouxe o que as brasileiras mais gostam: cores, mesmo que para o inverno Ninguém se conforma em usar tanta coisa fechada. Os tecidos escuros nem sempre são mas quentes, então, por que não apostar em uma cartela de tonalidades mais ampla? Essa alternativa pode dar muito certo.

Simplesmente adorei as meias!

A Emporio Armani resumi as principais qualidades da semana de moda de Milão: Perfeição e bom gosto. Não tenho nada o que comentar, mas muito a aprender.

Agora Giorgio Armani, em sua linha principal transformou o veludo (antes adotado principalmente em capas de almofadas e sofás) em obra-prima, é observar e crer na genialidade deste estilista veterano...

Gucci: Mega-comercial, mas super-desejável, esse parece ser a chave do sucesso, para o principal exemplo do domínio multinacional sobre a moda.

Poucas palavras resumem o desfile de Roberto Cavalli: sobreposições inspiradas na renascença.

Foi simplesmente o bo-ho mais perfeito que já vi em toda a minha viva...

E é com a Versus que me despeço hoje. A segunda linha da Versace trouxe o que as it-girls vão com certeza usar nas próximas semanas: dresses.