Runway Style: Mais desfiles...

Começaremos hoje, com a grife Issey Miyake, onde Daí Fugiwara é responsável por dar sequência à quebra dos "dogmas" da semana de moda francesa. Desde os anos 80 os orientais são de certa forma revolucionários da moda, apresentando coleções completamente "desconectadas", desta vez não foi diferente, os primeiros looks foram aquilo que podemos chamar de lixo, não parecia roupa, mas sim uma pessoa com um monte de redes penduradas no corpo, para a sorte do público, algumas composições possuíam certo charme, mesmo não sendo motivo para a empolgação.

Galliano, pela Dior, nunca decepciona, com uma apresentação relativamente curta (apenas 21 looks), ele demonstrou porque é um gênio da atualidade. Se me pedissem para definir sua coleção em apenas uma palavra, eu diria: consistência. Tecidos leves eram contrastados com sobreposições de materiais pesados como o couro, deixando tudo extremamente provocante, bem ao estilo de John. As cuissardes, as botas do momento aparecem mais uma vez, juntamente com os mini-dresses, confirmando a longa permanência desses itens no cenário fashion.

Isabel Marant, trouxe uma opção de silhueta que as mulheres adoram. Com referência aos anos 50, ele pôde variar bastante as calças capri, que a anos estavam fora das passarelas, mas espero eu que volte com tudo nos próximos meses, chega de tanta Skiny de tamanho convencional. As peles, as referências andrógenas das camisas e os minis também não ficaram de fora.

Vivianne Westwood veio com uma cascata de informações embasada em criatividade pura. Há quem diga "exagero demais", mas só um dos defensores de Viviane, ela para mim, é a única que consegue ter bom gosto ao "viajar na maionese". E de uma forma ou de outra, sempre chama à atenção do público, e esse não é o principal objetivo do desfiles hoje em dia? Só que tem estilista sem o menor senso do ridículo. Madame Westwood consegue sempre ser perfeita em suas singularidades.

Pedro Lourenço, estreante na semana de moda parisiese, mostrou que vai muito além do "simples filho" do casal de estilistas Reinaldo Lourenço e Gloria Coelho, e que brevemente será lembrado não por suas origens, mas pelo seu talento. Seu desfile foi literalmente uma aula de como trabalhar peças de couro e tudo fica mais surpreendente, se levarmos em consideração sua pouca idade, são raros os estilistas mais jovens que demonstram tanto domínio em técnicas específicas, geralmente nos primeiros desfiles já querem mostrar tudo o que aprenderam, e não a cada temporada o que sabem fazer de melhor. Pedro, além do couro trouxe materiais mais rígidos para a passarela, como o plástico, e tudo foi harmoniosamente composto. Esse novo "nome internacional" brasileiro, é só mais uma prova para o mundo da criatividade de nossa gente.

A forma com que Viktor & Rolf apresentaram seu desfile foi o máximo! A primeira modelo que entrou, tinha uma roupa literalmente excessiva e aos poucos eles foram "desvestindo-a" e na sequência vinham looks "derivados" da ousadia dos dois. Muito bacana e ainda porcima as roupas me agradaram bastante...

Jean Paul Gaultier teve que "viajar" muito para compor sua coleção. No mais, foi um dever de casa bem feito: a pegada militar, já vigente prevalece; assim como as referências étnicas já saturadas pela mídia.

Riccardo Tisci veio desta vez mais contido pela Givenchy, mas não menos brilhante, eu particularmente admiro muito a sua trajetória, e por esse motivo me simpatizo muito com o seu trabalho. Os clássicos foram a base de tudo... mas tudo bem.

Estamos na Hera do minimalismo, e estilistas como Francisco Costa e Stella McCartney nunca foram tão requisitados, sou extremamente maximalista e estou "quase" me convencendo que "menos é sempre mais..." e que também sou mentiroso.... rsrsrsrsrsrs....